Ex-franqueados que assumiram Yogoberry contam como reverteram crise e projetam faturar R$ 45 milhões | Franquias
Em 2019, a diretoria da rede de franquias Yogoberry estava tendo dificuldades para reestabelecer o prestígio de uma marca que chegou a ter 130 unidades em 2011, mas, naquele momento, estava com 26. A solução veio de dois franqueados da marca: Leonardo Diniz e Gustavo Val conversaram com os proprietários, fizeram uma oferta e assumiram o comando e o desafio de reerguer a empresa. Cinco anos depois, a empresa retomou a expansão, está com 36 lojas, um faturamento recorde previsto para este ano, de R$ 45 milhões, e a abertura do primeiro quiosque em um aeroporto.
O caminho para a reconstrução da marca passou por uma revisão da estrutura pontos de venda, uma nova roupagem no cardápio, se adaptando ao novo paladar do consumidor, e um apoio financeiro aos franqueados, sobretudo nos anos mais duros da pandemia.
Inicialmente, Diniz e Val se aproximaram dos proprietários para ajudá-los na gestão da marca, em 2018. Mas, no fim, os dois sócios perceberam que eles desejavam sair do negócio e no ano seguinte, os empresários assumiram 100% a Yogoberry, tanto na parte administrativa, quanto societária.
Criada em 2007 por três coreanos-brasileiros Un Ae, Jong Ae e Marcelo Bae, a primeira loja da Yogoberry foi aberta em Ipanema, no Rio de Janeiro. Com a febre do frozen yogurt, em pouco tempo a marca cresceu e se expandiu. E foi nesse auge, em 2010, que Diniz e Val entraram como franqueados com uma loja no Shopping Morumbi. Hoje, a Yogoberry tem Diniz como CEO e Val como diretor administrativo.
Os dois sabiam que teriam desafios, só não imaginavam que seis meses depois de comprarem a rede seriam surpreendidos por uma pandemia. “Amargamos o pior faturamento histórico da rede por motivos óbvios”, relembra Diniz.
Revisão nos pontos de venda
Com os shoppings fechados, a aposta dos empresários foi a abertura de lojas próprias. Já com os franqueados, o CEO negociou a renovação dos contratos por mais cinco anos e diminuiu o valor dos royalties pagos. Os anos passaram, os shoppings reabriram e veio o momento de reorganizar a casa com um novo plano de reestruturação e expansão, encabeçado por Diniz.
Antes da atual empreitada, o empresário já havia sido CEO da Rossi Residencial, e fundou a Potato Valley, empresa de investimentos em startups do setor de construção civil. Essa expertise no mundo imobiliário fez com que Diniz tivesse duas estratégias fundamentais com a Yogoberry: redução do tamanho médio das lojas (diminuiu cerca de 40 metros quadrados) e busca por espaços e condições mais atrativas dentro dos shoppings.
“Nós procuramos os principais shoppings para mostrar que a Yogoberry estava em uma nova fase. Porque ela estava sendo vista como uma marca que ia minguar, então mostramos que estávamos com um gás novo”, afirma.
Além disso, a marca passou a ser mais criteriosa no momento da aprovação do franqueado e do novo ponto comercial. “A gente entende que não adianta crescermos rápido, se daqui a pouco fecharmos. Hoje somos mais rigorosos e cuidadosos com quem e onde vamos trabalhar, para poder fazer o plano de crescimento e sustentar isso”, acrescenta Val.
Reformulação do cardápio e dos canais de venda
Todas as novas estratégias vieram atreladas a um novo cardápio com novos sabores como de coco vegano, Chocolate Vegano Diet e o Yogo Whey e para fugir da sazonalidade, a marca adicionou também opções quentes como drip coffee, brioche, donuts, sucos e chás.
“Estava claro para nós que a marca era conhecida pelo público e que precisávamos trabalhar aquilo diante do que a sociedade busca. Daí veio o brioche, quente por fora e gelado por dentro, os smoothies e os drinks”, explica Val.
Em 2023, a marca faturou R$ 33 milhões, com o delivery representando 17% da receita, e pretende finalizar este ano com 60 lojas e uma receita de R$ 45 milhões — R$ 4 milhões a mais do que em 2013, até então o recorde da rede. Para 2025, a meta é atingir R$ 60 milhões.
Para quem deseja se tornar um franqueado, a Yogoberry hoje oferece quatro modelos, com três tipos de quiosque e uma loja, com um investimento inicial de R$ 149 mil, já incluso a taxa de franquia e capital de giro, com um prazo estimado de retorno de 18 a 24 meses e uma margem líquida de lucro de 20%.